terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Chuva: em vez de nos garantir, levou o que pode com as enchentes




A chuva é uma bênção. Faz com que os rios encham, abastecendo nossas vidas com água - um líquido tão necessário quanto é o próprio oxigênio para nossa sobrevivência e boa saúde.
Ela também mata a sede das nossas lavouras; faz com que cresçam, nos deem o que comer e também rendem um dinheirinho com o qual futuramente vamos comprar o que nos faz falta.
 A chuva é necessária.
Porém, apesar de necessária, quando vem com uma força e quantidade descomunais, pode acabar nos prejudicando mais do que ajudando.
Água em excesso provoca erosões, destrói pontes, faz cair árvores e pedras sobre nossas casas, mata pessoas em suas enxurradas fortíssimas, deixa famílias ilhadas e pior: sem carro, sem móveis, sem morada, sem nada.
Nossa pequena Kaloré nunca tinha visto tanta chuva e tanto estrago assim antes.
As cidades vizinhas e nós estamos perplexos com os danos que a chuva desse início de ano causou.
Foram pontes destruídas, famílias que agora estão desabrigadas, correntezas que engoliram  e levaram  tudo que havia pela frente.

Por que tanta chuva em Kaloré?


O clima é assunto para meteorologista, e o porquê de tanta chuva, só eles mesmo para explicar.
Porém, uma informação é válida e pode permanecer sob conhecimento de todos: se está chovendo demais aqui é porque há lugares onde a chuva não está chegando.
No ano de 2014 sofremos com um dos verões mais secos do Brasil; tudo isso porque houve um bloqueio atmosférico sobre o sudeste e a região central, levando as chuvas para oeste.
Como e por que esses bloqueios se formam, só meteorologista mesmo para responder. O que nos resta agora é recolher os caquinhos e começar de novo.


A família Pinguim


A história que mais tem chocado a cidade é da família de Mauricio Borges, mais conhecido como Pinguim, que morava às margens do Rio Bom, na divisa de Kaloré com Borrazópolis.
A água veio com tamanha força que obrigou a família de 10 pessoas a sair às pressas de casa levando apenas a roupa do corpo.
Perderam móveis, alimentos, roupas e a casa.
Não foi só chuva que invadiu: muita lama, muita sujeira, tanto que nem o veículo na garagem de Pinguim se salvou.
A família tem 4 crianças pequenas, de 3, 5, 7 e 9 anos e tem passado por um aperto.
Amigos e familiares estão organizando uma corrente do bem; quem puder ajudar pode ligar para Lucineia Aparecida Borges Ziola no (43) 9959-7468, para saber do que a família ainda está precisando.
Moradores de Borrazópolis que também sentirem interesse em ajudar, por favor levar os donativos para a Tornearia do Fofó, que se localiza na Avenida Paraná; o telefone de lá é o (43) 9952-6817.
Você pode tanto levar quanto pedir para buscarem em sua casa.


Outros estragos




O temporal causou uma série de outros prejuízos na parte rural da nossa cidade.
A lavoura de soja foi prejudicada e algumas pessoas estavam isoladas por conta da destruição das pontes.
O prefeito Washington Luiz da Silva afirmou que pelo menos 5 pontes foram levadas pela correnteza e o problema de pontes destruídas é que deixa as pessoas ilhadas e sem recurso para levar e trazer provisões a elas.
Além disso, ficamos praticamente sem contato direto com as cidades vizinhas como Borrazópolis, Marumbi, São Pedro e Jussiara, porque quase toda conexão com elas é feita com a ajuda de pontes, então a situação é realmente preocupante.
Casas foram arrastadas, o Rancho Amizade teve uma série de prejuízos e além da família Borges muitas outras famílias também perderam vários bens.
Falando nas famílias, a procuradora do município de Kaloré, Kassimélia Prado, informou recentemente que estão precisando de colchões, camas e móveis; portanto quem tiver sobrando em casa e puder doar, seria de grande ajuda; a prefeitura se dispõe a passar  recolhendo.


O que fazer agora?


O próximo passo é avaliar quais lugares foram atingidos pela chuva mas ainda podem ser liberados para uso, como foi o caso da ponte do Rio Bom, que faz divisa entre Borrazópolis e Kaloré.
O que foi destruído e necessita ser reconstruído talvez leve algum tempo até a Defesa Civil liberar recursos após a decretação de emergência.
O engenheiro civil Adhemar Francisco Rejani e mais alguns técnicos e engenheiros do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) foram até o lugar para verificar se este deveria ser interditado ou se poderia ser liberado.
Os engenheiros fizeram um relatório indicando que alguns ajustes deveriam ser feitos, mas no geral a pista e a ponte foram liberadas.
Pelo menos com ela podemos contar a partir de agora; desde a última quarta-feira (13) os veículos podem passar normalmente.
Ainda na PR 466, também entre Borrazópolis e Kaloré, a estrada ganhou um senhor presente: uma rachadura enorme no asfalto.
O excesso de chuva provavelmente fez com que o solo abaixo da via cedesse, fazendo com que a terra afundasse e a rachadura aparecesse.
Passamos por um processo de averiguação para conferir se está tudo certo com a via e, posteriormente, vamos avaliar o que pode ser feito.
Sabemos que a situação, apesar da chuva ter cedido um pouco nesses dias, é crítica.
Pedimos com carinho que a população reflita sobre o seguinte: Kaloré é uma cidade pequena em tamanho e números, mas também podemos ser grandes em solidariedade e trabalho em equipe.
É dever de todos nós manter a nossa cidade bonita e saudável como sempre foi.
Façamos da prefeitura uma sede para onde os cidadãos e cidadãs possam ligar para denunciar mais problemas ou informar sobre famílias que estão precisando de ajuda, ou então uma sede de notícias, para que todos saibam o que está acontecendo.
Pedimos paciência, compreensão e solidariedade de todos.
Nunca passamos por situação igual, mas com inteligência e atitudes pensadas com calma, vamos sair dessa sem mais prejuízos garantindo a saúde e o bem estar de todos os habitantes de Kaloré.
Vamos juntos.
saudesublime.com
Renato Ramalho.


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