A chuva é uma bênção. Faz com que
os rios encham, abastecendo nossas vidas com água - um líquido tão necessário
quanto é o próprio oxigênio para nossa sobrevivência e boa saúde.
A chuva é necessária.
Porém, apesar de necessária,
quando vem com uma força e quantidade descomunais, pode acabar nos prejudicando
mais do que ajudando.
Água em excesso provoca erosões,
destrói pontes, faz cair árvores e pedras sobre nossas casas, mata pessoas em
suas enxurradas fortíssimas, deixa famílias ilhadas e pior: sem carro, sem móveis,
sem morada, sem nada.
Nossa pequena Kaloré nunca tinha
visto tanta chuva e tanto estrago assim antes.
As cidades vizinhas e nós estamos
perplexos com os danos que a chuva desse início de ano causou.
Foram pontes destruídas, famílias
que agora estão desabrigadas, correntezas que engoliram e levaram
tudo que havia pela frente.
Por que tanta chuva em Kaloré?
O clima é assunto para
meteorologista, e o porquê de tanta chuva, só eles mesmo para explicar.
Porém, uma informação é válida e
pode permanecer sob conhecimento de todos: se está chovendo demais aqui é
porque há lugares onde a chuva não está chegando.
No ano de 2014 sofremos com um
dos verões mais secos do Brasil; tudo isso porque houve um bloqueio atmosférico
sobre o sudeste e a região central, levando as chuvas para oeste.
Como e por que esses bloqueios se
formam, só meteorologista mesmo para responder. O que nos resta agora é
recolher os caquinhos e começar de novo.
A família Pinguim
A história que mais tem chocado a
cidade é da família de Mauricio Borges, mais conhecido como Pinguim, que morava
às margens do Rio Bom, na divisa de Kaloré com Borrazópolis.
A água veio com tamanha força que
obrigou a família de 10 pessoas a sair às pressas de casa levando apenas a
roupa do corpo.
Perderam móveis, alimentos,
roupas e a casa.
Não foi só chuva que invadiu:
muita lama, muita sujeira, tanto que nem o veículo na garagem de Pinguim se
salvou.
A família tem 4 crianças
pequenas, de 3, 5, 7 e 9 anos e tem passado por um aperto.
Amigos e familiares estão
organizando uma corrente do bem; quem puder ajudar pode ligar para Lucineia
Aparecida Borges Ziola no (43) 9959-7468, para saber do que a família ainda
está precisando.
Moradores de Borrazópolis que
também sentirem interesse em ajudar, por favor levar os donativos para a
Tornearia do Fofó, que se localiza na Avenida Paraná; o telefone de lá é o (43)
9952-6817.
Você pode tanto levar quanto
pedir para buscarem em sua casa.
Outros estragos
O temporal causou uma série de outros
prejuízos na parte rural da nossa cidade.
A lavoura de soja foi prejudicada
e algumas pessoas estavam isoladas por conta da destruição das pontes.
O prefeito Washington Luiz da
Silva afirmou que pelo menos 5 pontes foram levadas pela correnteza e o
problema de pontes destruídas é que deixa as pessoas ilhadas e sem recurso para
levar e trazer provisões a elas.
Além disso, ficamos praticamente
sem contato direto com as cidades vizinhas como Borrazópolis, Marumbi, São
Pedro e Jussiara, porque quase toda conexão com elas é feita com a ajuda de
pontes, então a situação é realmente preocupante.
Casas foram arrastadas, o Rancho
Amizade teve uma série de prejuízos e além da família Borges muitas outras
famílias também perderam vários bens.
Falando nas famílias, a
procuradora do município de Kaloré, Kassimélia Prado, informou recentemente que
estão precisando de colchões, camas e móveis; portanto quem tiver sobrando em
casa e puder doar, seria de grande ajuda; a prefeitura se dispõe a passar recolhendo.
O que fazer agora?
O próximo passo é avaliar quais
lugares foram atingidos pela chuva mas ainda podem ser liberados para uso, como
foi o caso da ponte do Rio Bom, que faz divisa entre Borrazópolis e Kaloré.
O que foi destruído e necessita
ser reconstruído talvez leve algum tempo até a Defesa Civil liberar recursos
após a decretação de emergência.
O engenheiro civil Adhemar
Francisco Rejani e mais alguns técnicos e engenheiros do Departamento de
Estradas e Rodagem (DER) foram até o lugar para verificar se este deveria ser
interditado ou se poderia ser liberado.
Os engenheiros fizeram um
relatório indicando que alguns ajustes deveriam ser feitos, mas no geral a
pista e a ponte foram liberadas.
Pelo menos com ela podemos contar
a partir de agora; desde a última quarta-feira (13) os veículos podem passar
normalmente.
Ainda na PR 466, também entre
Borrazópolis e Kaloré, a estrada ganhou um senhor presente: uma rachadura
enorme no asfalto.
O excesso de chuva provavelmente
fez com que o solo abaixo da via cedesse, fazendo com que a terra afundasse e a
rachadura aparecesse.
Passamos por um processo de
averiguação para conferir se está tudo certo com a via e, posteriormente, vamos
avaliar o que pode ser feito.
Sabemos que a situação, apesar da
chuva ter cedido um pouco nesses dias, é crítica.
Pedimos com carinho que a
população reflita sobre o seguinte: Kaloré é uma cidade pequena em tamanho e
números, mas também podemos ser grandes em solidariedade e trabalho em equipe.
É dever de todos nós manter a
nossa cidade bonita e saudável como
sempre foi.
Façamos da prefeitura uma sede
para onde os cidadãos e cidadãs possam ligar para denunciar mais problemas ou
informar sobre famílias que estão precisando de ajuda, ou então uma sede de
notícias, para que todos saibam o que está acontecendo.
Pedimos paciência, compreensão e
solidariedade de todos.
Nunca passamos por situação
igual, mas com inteligência e atitudes pensadas com calma, vamos sair dessa sem
mais prejuízos garantindo a saúde e o bem estar de todos os habitantes de
Kaloré.
Vamos juntos.
saudesublime.com
Renato Ramalho.
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